Samuel: Profeta, Sacerdote e
Juiz.
Samuel teve importância singular na história de
Israel. Ele foi o último dos juízes a exercer autoridade civil sobre o povo.
Embora não pertencesse à linhagem de Arão, oficiava os rituais como principal
sacerdote. Foi também reconhecido como profeta e criou escolas de profetas
que influenciaram as futuras gerações dos reis de Israel.
Seu nascimento é fruto de uma promessa feita por sua mãe, Ana, que fez
um voto com Deus, prometendo que seu filho seria um Nazireu¹ e o serviria no
templo. Samuel, ainda jovem, foi entregue ao sacerdócio e ministrava perante o
SENHOR, servindo sob a direção de Eli (I Sm 2.11;18). Era conhecido como
correto, ao contrário do que se dizia dos filhos de Eli. Estes não apenas
roubavam de Deus ao exigir as porções sacerdotais antes que o sacrifício fosse
entregue, mas também se portavam de tal maneira, que as pessoas passaram a
evitar ir a Siló² para sacrificar ao Senhor. Por causa disso o pecado desses
jovens era muito grande, conforme narra a Bíblia em I Sm 2.17.
Mas para o bem de Israel, Samuel, mesmo estando
sujeito ao mal e à influência dos filhos de Eli, reagiu contra as atitudes
ímpias e tornou-se consciente do chamado de Deus desde a juventude. Enquanto
ele crescia o Senhor era com ele, e fazia com que todas as suas palavras se
cumprissem (I Sm 3.19). Todo o Israel reconhecia que Samuel estava confirmado
como profeta do Senhor.
Ele suscitou uma grande reforma nacional, renovando
a aliança e trazendo o povo de volta à adoração ao Senhor Deus. Samuel
extinguiu os rituais de adoração cananéia das fileiras de Israel e estabeleceu
um circuito entre as cidades de Mispa, Ramá, Gilgal, Belém, Betel e Berseba,
para realizar suas tarefas sacerdotais e desenvolver um ministério de ensino
eficiente. Com a ajuda de Deus subjugou os filisteus em Mispa, e
ali ergueu uma pedra; e deu-lhe o nome “Ebenézer”, dizendo: “Até aqui nos
ajudou o Senhor (I Sm 7.12).
Samuel continuou como juiz de Israel todos os dias da sua vida (I Sm
7.15). Já na sua velhice, por não haver liderança em Israel, pois seus filhos
Joel e Abias não andaram em seus caminhos, deu ouvidos ao povo e consentiu
mesmo relutante, que se fosse escolhido um rei para Israel. Saul foi
escolhido por Deus para ser o primeiro rei de Israel, porém, por ter se
apossado indevidamente da responsabilidade sacerdotal, foi rejeitado
posteriormente. Samuel o advertiu e previu que o seu reinado não permaneceria
(I Sm 2.13). Seguindo a ordem de Deus, Samuel ungiu Davi como rei no lugar de
Saul.
Andou com retidão todos os dias da sua vida (I Sm 12.5), e ao final,
entregou ao povo a advertência de que a prosperidade da nação dependia de sua
obediência a Saul, bem como da sua sujeição à lei de Moisés. Morreu com
aproximadamente 52 anos, e todo o povo de Israel se reuniu e pranteou; e
o sepultaram onde tinha vivido , em Ramá. (I Sm 25.1)
Samuel é um exemplo para a nossa geração, que também vive em um mundo
que precisa ser restaurado. Ele foi levado quando criança para um ambiente
religioso corrupto, e viveu em um período onde a nação de Israel servia outros
deuses. Mesmo assim, consciente da sua responsabilidade, não se deixou
corromper e lutou pela restauração e libertação de Israel. Que possamos
aprender com Samuel e desejar que Deus seja coroado e cheio de glória e honra.
Que o seu reino avance e a sua justiça se propague por toda parte. Levando o
povo ao arrependimento dizendo: “Se vocês querem voltar-se para o Senhor de
todo o coração, livrem-se então dos deuses estrangeiros e dos postes sagrados,
consagrem-se ao Senhor e prestem cultos somente a ele” (I Sm 7.3a).
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